terça-feira, 2 de julho de 2013

O campeão voltou!

Fazia tempo que a seleção brasileira não empolgava os torcedores (para muitos amigos, há exatos sete anos, quando o Brasil viu Thierry Henry num cruzamento fazer 1 a 0 para a França, partida válida pela Copa do Mundo, na Alemanha). Jogo aquele que ficou marcado pela qualidade técnica do time, que contava com presença de grandes estrelas do futebol como Ronaldo "Fenômeno", Ronaldinho Gaúcho, Kaká, Adriano, Roberto Carlos - este último indo do céu ao inferno tão rápido quanto colocar uma meia no pé.

Domingo (30), num Maracanã lotado, assistimos de um lado do gramado uma equipe que já possui um esquema tático definido e mantém a mesma agressividade ofensiva durante os 90 minutos da partida. Do outro, uma seleção que, até então não tinha qualquer identidade tática, e jogava na base da vontade e da pressão. Bom para o Brasil, que conseguiu neutralizar os dois principais nomes da Espanha (Xavi e Iniesta) e com o apoio da torcida venceu a Fúria por 3 a 0 (gols de Fred (2) e Neymar).

Contudo, o que mais me chamou atenção ao longo do jogo foi um grito "novo" e verdadeiro vindo das arquibancadas. Um sentimento adormecido que parece ter saído do fundo da garganta para tomar conta de todo o anel do "Maraca" com os seguintes dizeres: “Ôôô, o campeão voltou! O campeão voltou!”. O canto mais sensato que já ouvi da torcida brasileira, fugindo daquela, quase, cantiga de ninar "Eeeuu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amooor".

A Espanha se apequenou no confronto e respeitou a história da seleção mais vitoriosa do mundo, detentora de cinco títulos mundiais (58, 62, 70, 94 e 2002). Perdeu calada, e a carapuça, neste caso, virou contra o próprio criador, que retornou para Europa ao som de "Olé, Olé, Olé".

Mas falemos dos grandes protagonistas da partida e do torneio: Júlio César, David Luiz, Fred e Neymar. Nosso Camisa 1 parece estar de bem com a vida, após ressurgir das cinzas. Júlio César agarrou com unhas e dentes a oportunidade dada por Felipão, e os pênaltis defendidos foram detalhes importantes para assegurar o passaporte para Copa do Mundo do próximo ano. Já David Luiz finalmente vestiu a camisa de seu país. Em campo, cresceu como jogador e encantou o povo pela disposição e dedicação, além é claro que, ao tirar aquela bola em cima da linha, evitando o gol de empate da Espanha, se redimiu do pênalti cometido no jogo contra o Uruguai.

E o Fred? Nem se fala. O centroavante jogou demais. Decisivo e oportunista ao extremo, mostrou para o Felipão que jogará ele e mais 9. Falo 9 porque todos sabem quem é o 10º jogador, né. Neymar, o cara que levou a bola de ouro da Copa das Confederações como melhor jogador. Fez gol de todo o tipo: driblando, de falta, pegando de primeira e de fora da área. Apesar de não ter sido o artilheiro da competição, Neymar desequilibrou com seu repertório de jogadas. A cada dia, o menino prova que não será uma simples promessa e caminha em passos largos para concretizar o sonho de muitos jogadores: ser campeão mundial.

Não há como negar. O jogo arrepiou até os torcedores mais pessimistas. Uma verdadeira apresentação de futebol que devemos valorizar, principalmente pela postura do time na partida. Afinal de contas era a atual campeã mundial que estávamos goleando. A “Era Felipão” ou "Família Scolari", novamente, começa a ganhar força e a queimar a boca de muitos críticos, que repudiam o estilo de jogo implantado pelo treinador.

Agora, nos resta apenas aguardar o Campeonato Brasileiro e o início da Copa de 2014. Que venha o sexto título mundial!

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