Domingo (30), num Maracanã lotado, assistimos de um lado do gramado uma equipe que já possui um esquema tático definido e mantém a mesma agressividade ofensiva durante os 90 minutos da partida. Do outro, uma seleção que, até então não tinha qualquer identidade tática, e jogava na base da vontade e da pressão. Bom para o Brasil, que conseguiu neutralizar os dois principais nomes da Espanha (Xavi e Iniesta) e com o apoio da torcida venceu a Fúria por 3 a 0 (gols de Fred (2) e Neymar).
Contudo, o que mais me chamou atenção ao longo do jogo foi um grito "novo" e verdadeiro vindo das arquibancadas. Um sentimento adormecido que parece ter saído do fundo da garganta para tomar conta de todo o anel do "Maraca" com os seguintes dizeres: “Ôôô, o campeão voltou! O campeão voltou!”. O canto mais sensato que já ouvi da torcida brasileira, fugindo daquela, quase, cantiga de ninar "Eeeuu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amooor".
A Espanha se apequenou no confronto e respeitou a história da seleção mais vitoriosa do mundo, detentora de cinco títulos mundiais (58, 62, 70, 94 e 2002). Perdeu calada, e a carapuça, neste caso, virou contra o próprio criador, que retornou para Europa ao som de "Olé, Olé, Olé".
Mas falemos dos grandes protagonistas da partida e do torneio: Júlio César, David Luiz, Fred e Neymar. Nosso Camisa 1 parece estar de bem com a vida, após ressurgir das cinzas. Júlio César agarrou com unhas e dentes a oportunidade dada por Felipão, e os pênaltis defendidos foram detalhes importantes para assegurar o passaporte para Copa do Mundo do próximo ano. Já David Luiz finalmente vestiu a camisa de seu país. Em campo, cresceu como jogador e encantou o povo pela disposição e dedicação, além é claro que, ao tirar aquela bola em cima da linha, evitando o gol de empate da Espanha, se redimiu do pênalti cometido no jogo contra o Uruguai.
E o Fred? Nem se fala. O centroavante jogou demais. Decisivo e oportunista ao extremo, mostrou para o Felipão que jogará ele e mais 9. Falo 9 porque todos sabem quem é o 10º jogador, né. Neymar, o cara que levou a bola de ouro da Copa das Confederações como melhor jogador. Fez gol de todo o tipo: driblando, de falta, pegando de primeira e de fora da área. Apesar de não ter sido o artilheiro da competição, Neymar desequilibrou com seu repertório de jogadas. A cada dia, o menino prova que não será uma simples promessa e caminha em passos largos para concretizar o sonho de muitos jogadores: ser campeão mundial.
Não há como negar. O jogo arrepiou até os torcedores mais pessimistas. Uma verdadeira apresentação de futebol que devemos valorizar, principalmente pela postura do time na partida. Afinal de contas era a atual campeã mundial que estávamos goleando. A “Era Felipão” ou "Família Scolari", novamente, começa a ganhar força e a queimar a boca de muitos críticos, que repudiam o estilo de jogo implantado pelo treinador.
Agora, nos resta apenas aguardar o Campeonato Brasileiro e o início da Copa de 2014. Que venha o sexto título mundial!
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